A exacerbação da DPOC
O que são e o que as exacerbações
As exacerbações da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) são episódios agudos de agravamento dos sintomas respiratórios, que podem incluir o aparecimento ou aumento da tosse, produção de expectoração de novo, falta de ar intensa ou fadiga. São eventos preocupantes que afetam significativamente a qualidade de vida e podem levar a outros problemas de saúde.
As exacerbações da DPOC podem ser desencadeadas por várias causas, sendo as mais comuns:
Infecções Respiratórias: Infecções viricas, como o vírus da gripe ou o vírus sincicial respiratório (RSV), e infecções bacterianas podem desencadear exacerbações. É fundamental que os doentes com DPOC vacinem-se contra a gripe ou contra as estirpes bacterianas mais frequentes.
Poluentes Ambientais: A exposição a poluentes do ar, como o fumo de cigarro passiva ou a poluição atmosférica, podem irritar as vias aéreas e conduzir a exacerbações. Evitar ambientes poluídos é essencial para manter as vias respiratórias sem inflamação..
Não Adesão ao Tratamento: Não seguir corretamente o tratamento prescrito pelo médico pode aumentar o risco de exacerbações.
As exacerbações são preocupantes porque podem resultar em lesões permanentes nos pulmões e levar a um prejuizo irreversivel ao nivel da função respiratória. Além disso, cada exacerbação aumenta o risco de futuras exacerbações e pode levar a hospitalizações.
Sinais de Alerta
É fundamental que os doentes com DPOC reconheçam os sinais de alerta que podem ocorrer quando uma agudização está a iniciar. Esses sinais podem incluir:
Aumento da tosse e produção de muco.
Agravamento da falta de ar.
Alteração na cor ou consistência da expectoração (muco amarelo, verde ou com sangue).
Agravamento da fadiga.
Febre.
Como prevenir as exacerbações
A prevenção das exacerbações da DPOC é uma parte essencial da gestão desta doença. As exacerbações podem ser eventos angustiantes que prejudicam a qualidade de vida e levam a hospitalizações.
Cessação do Tabagismo: O tabagismo é a principal causa da DPOC e o maior fator de risco para exacerbações. Parar de fumar é a intervenção mais eficaz. A cessação do tabagismo não apenas diminui o risco de exacerbações, mas também diminui o agravamento da função pulmonar ao longo do tempo.
Vacinação: As vacinas contra a gripe e pneumonia são fundamentais para prevenir infecções respiratórias que podem desencadear exacerbações. É altamente recomendável que os doentes com DPOC aceitem realizar a vacinas contra a gripe anualmente e, no caso da vacina contra a pneumonia, conforme as orientações médicas.
Cumprir com o tratamento de controlo: Cumprir com o plano terapêutico prescrito pelo médico assistente é essencial para garantir que a DPOC está sobre controlo.
Ter uma boa alimentação e evitar ser sedentário: Manter um estilo de vida saudável é importante para que a saúde em geral do doente seja optimizada ao máximo.
Tratamento em casa das agudizações
Quando sentir os primeiros sinais de uma exacerbação da DPOC, é essencial tomar medidas imediatas para controlar os sintomas e, possivelmente, prevenir um agravamento da sua doença.
1. Siga a medicação prescrita pelo médico (se foi a uma consulta/urgência ou caso siga um plano elaborado pelo seu médico assistente): Siga as instruções dadas pelo seu médico para usar broncodilatadores e/ou corticosteroides inalados (ou em comprimido), para além de antibióticos (se tiver uma infeção), expectorantes, entre outros. O essencial é seguir as recomendações médicas.
2. Mantenha-se Hidratado: Beba bastantes líquidos para ajudar a tornar as secreções menos espessas, de modo a facilitar a sua eliminação das vias aéreas.
3. Descanse: Permita que o seu corpo descanse e recupere, minimizando a atividade física. O repouso adequado pode ajudar a reduzir a sobrecarga do seu sistema respiratório, nomeadamene, ao ajudar os músculos que colaboram na respiração.
Por vezes, é necessário ficar internado
Em alguns casos, as exacerbações da DPOC podem ser mais graves e exigir uma vigilância e/ou tratamentos que só podem ser administrados em contexto hospitalar.
A hospitalização pode ser necessária se:
O nível de oxigénio estiverem perigosamente baixos e/ou existir um aumento relevante do dióxido de carbono no sangue
Se mantiver dificuldade em respirar ou os outros sintomas, apesar da terapêutica administrada
Caso o seu quadro clinico inclua sintomas graves, como confusão, ritmo cardíaco rápido ou cianose periférica
Não estiver garantido um apoio domiciliário que garante que o tratamento será cumprido
Quando estiver hospitalizado devido a uma exacerbação da DPOC, pode esperar os seguintes tratamentos e intervenções:
1. Uso de Oxigénio: Se os valores de oxigénio estiverem baixos poderá necessitar de receber oxigénio suplementar através de uma máscara ou cânulas nasais para manter uma oxigenação saudável.
2. Tratamento dirigido: A equipa médica poderá administrar tratamentos através endovenosos/orais/inalatórios que incluem broncodilatadores, corticosteroides e antibióticos, conforme necessário, para tratar a exacerbação e quaisquer infeções subjacentes.
3. Monitorização: Será feita uma monitorização contínua dos seus sinais vitais, níveis de oxigénio, entre outros, para garantir a sua estabilidade e como evolui a situação.
4. Suporte Respiratório: Em casos graves, pode ser necessário o uso de ventilação não invasiva por pressão positiva (VNI) para ajudar as trocas gasosas e a impedir o cansaço dos musculos que ajudam a respiração. Em casos mais graves, pode mesmo ser necessária a entubação e o uso de ventilação mecânica invasiva.
5. Reabilitação: Poderá participar em terapia respiratória e fisioterapia para melhorar a função pulmonar e a força geral.
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